Um Sétimo Homem, de John Berger e Jean Mohr
::
Revisão de Nuno Quintas. Tradução do inglês de Jorge Leandro Rosa. Edição da Antígona.
::
«Despede‑se de toda a gente. Não esquece ninguém. Conhecera a aldeia toda a vida. A intensidade com que o sente no momento de partir é quase tão forte quanto a sua vontade de partir. Ao abandonar a aldeia, escolhe‑a como sua. A confusão de sentimentos que daí decorre leva‑o a questionar‑se. Estará o tio vivo quando ele regressar? Dizer adeus é submeter‑se ao arbítrio do céu. Quem sabe se voltará triunfante ou perdedor? Aquilo que a cidade oferece destina‑se aos que nela são vitoriosos, não aos que nela falham. Põe‑se a imaginar os troféus da cidade a flutuarem sobre águas negras, essas em que se afogarão os derrotados.»