Um Lugar para Mungo, de Douglas Stuart
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Tradução do inglês de Nuno Quintas. Revisão de Helder Guégués. Edição da Alfaguara.
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«Algo mudou então em Mungo. Não era daquelas situações em que a mãe dá um beijinho e já passou. Também não era um arruaceiro a quem o irmão espetava uma navalha. Ninguém iria conseguir resolver isto com uma tigelinha de sopa. Era ele a arcar com a culpa e a vergonha. Sabia que Gallowgate tinha razão. Mungo não podia contar a ninguém.
— Inda por cima — acrescentou Gallowgate, a sumir-se por entre a erva-canuda —, toda a gente sabe que és um paneleirote. Um rabetazinho. É a tua palavra contra a minha.
Mungo, naquele momento, soube que os homens iriam voltar a fazer o mesmo.»