História da Virilidade (3 vols., Orfeu Negro, 2020–2022)

História da Virilidade (3 vols), coordenada por George Vigarello, Alain Corbin e Jean-Jacques Courtine

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Tradução do francês de José Alfaro (vol. 1) e Pedro Elói Duarte (vols. 2 e 3). Edição da Orfeu Negro.

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A virilidade é marcada por uma tradição imemorial: é não apenas o masculino, mas a sua própria natureza e a sua parte mais «nobre», se não a mais completa. A virilidade seria virtude, concretização. A virilitas romana, da qual a palavra deriva, permanece um modelo, com as suas qualidades bem declinadas: sexuais, as do marido «activo», possante, procriador, mas também ponderado, vigoroso e contido, corajoso e comedido. O vir não é simplesmente homo, o viril não é simplesmente o homem, vai mais além: é um ideal de força e virtude, de segurança e maturidade, de certeza e dominação. Daí essa situação tradicional de desafio: almejar a «perfeição», tanto a excelência como o «autocontrolo». Qualidades numerosas e entrelaçadas: a ascendência sexual combinada com a ascendência psicológica, a
autoridade física com a autoridade moral, a coragem e a «grandeza» acompanhando a força e o vigor.