01:33:58,400 –> 01:34:00,630
– Lembro-me do dia em que disse à minha mulher que tinha tido o meu primeiro sonho sobre máquinas de escrever. Ela ficou muito preocupada. No sonho, estou a olhar para uma montra enorme de uma loja, é de noite, está fechada. Olho lá para dentro e vejo estantes. E nas estantes estão máquinas maravilhosas, antigas, das iniciais. Raras, incomuns, máquinas que nunca tinha visto. E os meus olhos bailam ao longo das estantes, apreciando tais tesouros. Mas não consigo entrar, a porta está fechada.
Por vezes, sou transportado para dentro da loja, e posso aproximar-me das estantes. Nunca toco nas máquinas de escrever, nunca lhes posso tocar, mas aproximo-me delas.
O sonho acaba aí.
1948
01:34:42,120 –> 01:34:44,634
– Não faço ideia do que foi a vida desta máquina de escrever antes de eu ter tido o privilégio de a possuir. Também não sei o que lhe acontecerá quando chegar a minha vez. Gosto de pensar que irá ficar na minha família e que alguns netos talvez queiram escrever nela. E, quem sabe, talvez dois ou três sejam suficientemente especiais para desfrutar dela tanto quanto o avô.»