Uma Coisa Elementar, de Eliot Weinberger.
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Tradução de Nuno Quintas. Coordenação editorial e revisão de Guilherme Pires. Design de Andrew Howard. Edição da Bazarov.
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«Olhai para o presente e criai o incomum; consultai os clássicos para fixar as leis.»
«Ao tentar o moderno e abandonar os antigos, o vento esmoreceu e dissipou-se a vitalidade.».
«Para exprimir as emoções, é preciso começar com o VENTO; para organizar as palavras, é preciso ter OSSO. Quem tiver estrutura óssea destra será versado na retórica; quem tiver a profundidade do vento articulará bem o que sente. Parece que VENTO são a sensação e as ideias, e OSSO a linguagem, mas Liu também diz que ser-se delgado de ideias e gordo de palavras, confuso e desorganizado, é sinal de falta de OSSO. Em contrapartida, as ideias inacabadas, inertes e sem vitalidade também indiciam falta de VENTO. O que é VENTO e o que é OSSO nunca conseguiram determinar ao certo gerações de críticos chineses; o certo é que, segundo Liu Hsieh, a combinação ou o equilíbrio perfeito de VENTO e OSSO, a metáfora para o poema ideal, é um pássaro.»